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domingo, 11 de setembro de 2011

Eliminar o analfabetismo no Brasil: Um compromisso que se deve aceler


Brasília, set 11 (Prensa Latina) Ainda que a presidenta Dilma Rousseff reconheceu que a educação tem que deixar de provocar insônia aos brasileiros e ratificou o compromisso de seu governo com a alfabetização, a verdade é que ainda 15 milhões de pessoas não sabem ler nem escrever.

  Garantir o acesso à educação está indissoluvelmente unido ao exercício pleno da cidadania, respondeu recentemente Rousseff em sua habitual coluna das terças-feiras Conversa com a presidenta, a uma pergunta da leitora Luciene Cavalcante, educadora de Belém, capital do estado de Pará.

À pergunta "por que o governo federal não está mais interessado na educação de jovens e adultos?", a mandatária explicou que nos últimos anos aumentaram consideravelmente os recursos destinados a essa tarefa e que desde 2003 se desenvolve em todo o país o Programa Brasil Alfabetizado, destinado a ensinar a ler e escrever a jovens, adultos e idosos.

De acordo com o Ministério de Educação, esse projeto é desenvolvido em todo o país, mas com atenção prioritária a 1.928 municípios que apresentam taxas de analfabetismo igual ou superior a 25% da população. Do total desses territórios, 90 por cento estão na região Nordeste, que junto à Norte, são as mais atrasadas economicamente no país.

Na resposta à leitora de sua coluna semanal, a mandatária mencionou também o plano Educação de Jovens e Adultos, o qual constitui uma modalidade de ensino nos níveis fundamental e médio, sobretudo da rede pública, para aqueles educandos que não concluíram os cursos na idade apropriada.

Adiantou que o Ministério de Educação elabora um novo programa para a zona rural, que terá como centro o ensino de jovens e adultos e o problema do analfabetismo, que é mais intenso no campo brasileiro.

Mais recentemente, em um pronunciamento à nação com motivo das celebrações do 7 de setembro, Dia da Independência Nacional, Rousseff assegurou que a saúde, a educação e a segurança têm que deixar de ser motivo de insônia para os brasileiros e se converter em motivo de um novo acordar.

"O círculo virtuoso que precisamos implantar em nosso país é o da qualidade dos serviços públicos, pois já implantamos o grande círculo virtuoso do crescimento com inclusão social e distribuição de renda", sublinhou Rousseff.

Destacou que seu governo está ampliando o grande esforço feito pelo governo de Lula no setor educativo e adiantou que até 2014 se criarão quatro novas universidades, 47 extensões (faculdades, campus) universitárias e 208 escolas de educação profissional e técnica.

Indicou que no mês passado foram 912 mil os universitários beneficiados com um programa de ajuda e anunciou que o governo cobrirá as despesas de 75 mil jovens que se irão formar às melhores universidades do mundo.

Destacou que depois da aprovação pelo Congresso, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e o Emprego capacitará oito milhões de brasileiros nos próximos quatros anos.

O PROBLEMA DO ANALFABETISMO

Dados oficiais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios referentes a 2003 e 2009 indicam que a taxa de analfabetismo na população brasileira maior de 15 anos passou de 11,6 a 9,7 por cento entre os dois anos mencionados.

Mas, analistas e especialistas consultados pela imprensa local qualificaram de muito lenta a redução do analfabetismo no país, apesar de um programa específico para atender o assunto, o aumento dos recursos e da mobilização das autoridades estaduais, regionais e municipais. A professora da Universidade de São Paulo Maria Clara Dei Pierro, explicou que "na verdade, os resultados são frustrantes se consideramos as medidas e os esforços realizados. O ritmo da regressão (os que aprendem a ler e escrever) nos últimos anos foi inferior a 0,5 por cento por ano. Se nos movemos a esse ritmo, serão necessárias duas décadas para erradicar o analfabetismo", quando o compromisso oficial é eliminar nesta década, antes de concluir 2016.

Por sua vez, o coordenador do Programa o Brasil Alfabetizado, Jorge Telles, estimou que o Brasil deve celebrar o fato de que, pela primeira vez, a taxa de iletrados ficou abaixo dos dois dígitos, ainda que reconheceu o desafio que significam os 15 milhões de brasileiros que não sabem ler nem escrever, uma cifra que coloca a este imenso país entre os de maior taxa de analfabetismo no continente, apesar de ser, senão o primeiro, entre os de maior desenvolvimento econômico.

Outro fato ao qual refere Dei Pierro é que há uma boa parte da população maior de 15 anos que não é declarada analfabeta, porque tiveram acesso à escola e apresentam um nível rudimentário de leitura e escritura.

Tanto para as autoridades como para os analistas, o problema de erradicar do analfabetismo é complexo e está associado a situação de exclusão social e extrema pobreza, assim como o pouco atrativo que para muitos adultos aprender a ler e escrever.

Daí que o Ministério de Educação está formando comissões intersetoriais para fazer com que o programa seja mais atraente e ao mesmo tempo realizar um trabalho de campo em procura das pessoas iletradas, não esperar que sejam elas as que busquem os centros educativos.

Não obstante as afirmações críticas, ambas partes coincidem e ressaltam a quantidade de projetos, planos e programas criados para melhorar a educação no Brasil, que como bem disse a mandatária, tem que deixar de ser um dos temas que provoca insônia nos habitantes desta imensa nação sul-americana.

Fonte:http://www.prensa-latina.cu/

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