O ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), foi vaiado na manhã desta quinta-feira (22) durante a cerimônia de comemoração do Natal com catadores de material reciclável em São Paulo. O evento, realizado anualmente, contou com a presença da presidente Dilma Rousseff.
Dilma foi acompanhada por senadores e ministros, como Alexandre Padilha (Saúde) e Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia). A mais aplaudida, no entanto, foi a senadora Marta Suplicy, ironicamente a pré-candidata à Prefeitura de São Paulo que foi descartada pelo PT em favor de Haddad, que foi surpreendido por uma sonora vaia.
Depois de seu anúncio, o constrangimento no palco foi nítido, obrigando a intervenção do mestre de cerimônia, que tentou interromper as vaias.
Esta é a primeira vez que Dilma participa da festa de Natal dos catadores de materiais recicláveis e da população em situação de rua na condição de presidente eleita. No ano passado, ela foi à festa na condição de presidente eleita. Ela acompanhava o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava prestes a deixar o governo. Lula participou do Natal dos catadores em todos os anos de seu mandato.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e o MNCR (Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis), a indústria da reciclagem movimenta cerca de R$ 8 bilhões por ano no Brasil.
Calcula-se que entre 300 mil e 1 milhão de pessoas vivem diretamente desta atividade no país, que abriga aproximadamente 1.100 cooperativas e associações de trabalhadores no setor.
Polêmica no MEC
A popularidade de Haddad tem sido abalada por constantes problemas no MEC (Ministério da Educação). Na última terça-feira (20), o Senado aprovou um requerimento para que o ministro justifique por escrito o contrato assinado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão que organiza o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), com a empresa Jeta Soluções em Serviços em Tecnologia da Informação Ltda., que pertence a uma dupla sertaneja de Brasília.
Os parlamentares querem detalhes sobre a suposta contratação de uma empresa fantasma para fazer a segurança da informação das provas realizadas pelo Inep. Segundo reportagem publicada pelo jornal Correio Braziliense no dia 3 de novembro, o convênio foi fechado por R$ 6,4 milhões. A dupla afirmou desconhecer o recebimento do dinheiro.
As polêmicas que envolvem a gestão de Haddad não param por aí. Nesta quarta-feira (21), a pasta informou que decidiu anular 14 questões do Enem para mais 500 alunos que fizeram o exame no Ceará. Além disso, em 2009, ladrões roubaram exemplares da prova de uma gráfica e tentaram vendê-los para a imprensa às vésperas do exame, que acabou cancelado.
Fonte: R7
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