Numa altura em que o Congresso Nacional brasileiro discute qual o valor a destinar para a educação pública – o PNE (Plano Nacional de Educação) prevê que o País invista 7% do PIB (Produto Interno Bruto), mas especialistas querem investir 10% – a norte-americana Barbara Burns diz que o Brasil não precisa de gastar mais com educação, mas sim melhor.
“O importante não é gastar mais, mas gastar de forma mais eficiente. Ouço muitos brasileiros preocupados com a educação e que é necessário aumentar os gastos [com ela]. O Brasil já gasta uma parte relativamente alta do PIB em educação pública – mais do que a média da OCDE e muito mais que o Chile, por exemplo”, explicou a economista-chefe para a educação do Banco Mundial para a América Latina e Caribe.
De acordo com a responsável, os países membros da OCDE, ou seja, dos mais desenvolvidos do Mundo, gastam em média 4,8% dos PIBs nacionais em educação. Então, o que deve o Brasil fazer? Barbara Burns responde:
“Duas coisas devem ser ditas” – explicou nesta entrevista à Veja. “A forma de financiamento do ensino superior e o mau uso do dinheiro pelos municípios. No ensino superior, o padrão de gastos do Brasil é muito diferente do de outros países. Em todas as nações da OCDE, a relação entre gastos públicos com estudantes universitários e com alunos do ensino básico é de dois para um. No Brasil, é de seis para um”, revelou.
“A segunda preocupação”, continuou a responsável do Banco Mundial, “são as evidências de que parte dos recursos da receita tributária destinada à educação não consegue chegar às salas de aula”.
Assim, a Corregedoria Geral da União (CGU) constatou que até 35% dos municípios auditados apresentam irregularidades na forma de utilização dos recursos para a educação. “Parte disso é resultado de uma má gestão e não necessariamente corrupção”, afirma a responsável. “Mas o fundamental é que o financiamento tem que chegar até à sala de aula. É na sala de aula que os recursos da educação se transformam em aprendizado”.
Barbara Burns disse ainda que o Brasil é um “laboratório de inovações educacionais” – ao nível federal, estadual e municipal – mas não se sabe a que ponto elas são bem sucedidas, porque não são, simplesmente, avaliadas.
Leia o resto da entrevista da economista-chefe para a educação do Banco Mundial para a América Latina e Caribe no site da Veja.
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